Relato do projeto: Um novo olhar sobre o movimento: jogos e brincadeiras na educação infantil.
O presente relato se constitui no registro do projeto sobre movimento, jogos e brincadeiras,que foi desenvolvido na creche e pré-escola tia Neuman localizada na zona urbana do município de bodò,tendo mais três anexos na zona rural do município .
A pesquisa foi realizada em uma turma de vinte e seis alunos localizada na zona rural, com crianças de quatro a cinco anos de idade, tendo como objetivo conhecer, vivenciar, contextualizar e apreciar temas da cultura do movimento: jogos e brincadeiras como manifestações histórica culturais.
Nesse trabalho toma-se como referência Tizuko Morchida Kishimoto (2008) quando fala que
Para a criança, o brincar é a atividade principal do dia-a-dia. É importante porque dá a ela o poder de tomar decisões, expressar sentimentos e valorizar, conhecer a si, aos outros e o mundo, de repetir ações prazerosas, de partilhar, expressar sua individualidade e identidade por meio de diferentes linguagens, de usar o corpo, os sentidos, os movimentos, de solucionar problemas e criar.
Ao brincar, a criança experimenta o poder de explorar o mundo dos objetos, das pessoas, da natureza e da cultura, para compreendê-lo e expressá-lo por meio de variadas linguagens.
Que entre essas diversas linguagens está o movimento, e em nossa pratica pedagógica percebemos que o movimento os jogos e as brincadeiras têm sido visto como conteúdo da educação física escolar e nesse contexto oportunizou uma variada gama de experiências cujo foco esteve voltado para a motricidade das crianças sem, contudo deixar de considerar os enforques desenvolvidos nos eixos da musica, dos jogos, da arte, da matemática, da linguagem, da natureza e sociedade.
O movimento contribui com o desenvolvimento da cultura corporal (BRACHT, 1991) ou da cultura do movimento (KUNZ, 1991) em tal contexto as crianças estão em contato com ele desde que nascem adquirindo controle sobre o próprio corpo se apropriando das possibilidades de interação com o mundo em que vivem.
O jogo é uma atividade humana que se manifesta na realidade concreta de forma lúdica exploratória e intencional, dentro de um processo de desenvolvimento individual e de interação social, por meio do qual se adquire progressivamente, capacidades ligadas à tomada de decisão, a construção de regras, a cooperação, a solidariedade, ao dialogo, ao respeito de si mesmo e dos outros.
Já em relação a brincadeira toma-se como referencia Os artigos 9º a 12º das diretrizes curriculares da educação infantil, segundo o artigo 9º os eixos norteadores das praticas pedagógicas devem ser “as interações e a brincadeira,” indicando que não se pode pensar no brincar sem as interações com professores, crianças, brinquedos e materiais, criança e ambiente, e interação entre a instituição, a família e a criança. È importante acrescentar que segundo WAJSKOP ( 1995, p32), “ a unidade fundamental da brincadeira é o papel assumido pelas crianças e que revela e possibilita ao mesmo tempo, o desenvolvimento das regras e da imaginação, através de gestos e ações significativos.” E nossa preocupação não é com os detalhes técnicos da educação física e sim que os nossos alunos se desenvolvam e aprendam de forma prazerosa e progressiva.
O movimento do nosso corpinho através de jogos e brincadeiras infantis
A criança da educação infantil é extremamente ativa e por meio do movimento, experimenta suas possibilidades e seus limites motores. Os jogos e as brincadeiras se caracterizam por trabalhar a criança em seu movimento, com os quais é estimulada a compreender progressivamente seu corpo, podendo afirma-se e obter autoconfiança
Percebemos que a escola tem um poder limitado no que diz respeito a conquistas de objetivos relacionado a valores e comportamentos imbuídos nos diversos grupos necessários a sua autoconfiança. Sociais, no entanto acreditamos na contribuição efetiva da escola e nesse registro dizemos do esforço de tornar isso possível, assim para a pesquisa elegemos os seguintes objetivos específicos: conhecer um pouco sobre a cultura do jogo e da brincadeira; controlar gradativamente o próprio movimento aperfeiçoado seus recursos de deslocamento e ajustando sua habilidade motora para utilização em jogos, brincadeiras, danças e demais situações de interação;
A brincadeira em cena
Sabemos que as crianças expressam-se utilizando várias linguagens, com as quais constroem a si mesmas e as culturas nas quais estão inseridas levando-as ao encontro entre palavras, choros, sons, movimentos, traçados, pinturas, todos imbricado em ricas manifestações do cotidiano infantil que, procurem garantir processos de criação em que os questionamentos, a busca criativa por diferentes materiais, o respeito pelo trabalho individual e coletivo, estejam presentes. Cabe aos adultos, junto com seus pares e as crianças, criarem espaços para que as manifestações infantis estejam presentes. Por essas razões sentimos a necessidade de iniciarmos na turma um trabalho que envolva o movimento, nesse contexto foi vivenciado junto às crianças varias atividades corporais coletivas e individuais de jogos e brincadeiras.
Uma das atividades desenvolvida foi a da formiguinha e o formigão o tema desencadeou comentários sobre a cabecinha da formiguinha e o cabeção do formigão, são momentos muitos divertidos, pois as crianças gosta de participar, num primeiro momento escutamos a musica, após cantamos imitado os gestos pois a letra da musica envolve todas as parte do corpo,trabalhamos o movimento assumido a concepção de corpo que vai alem dos aspectos orgânicos um corpo que se movimenta com intencionalidade. “Segundo KUNZ (2004, 2006 a) com base nos estudos de trebes, o movimento é considerara do como um fenômeno sociocultural, antropológico e histórico.” Assumido assim uma concepção dialógica do movimento humano, amplamente divulgado no Brasil no final do século passado.
Em outro momento usamos o cd de Sonia e Leia para realizações de atividades com jogos e brincadeiras onde ao som das músicas as crianças dançaram e fizeram movimentos com fitas com bexigas, cordão e tecido, nessas atividades foram trabalhadas as cores, quantidade, tamanho, altura e por fim foi utilizados blocos com formas geométricas e coloridos para fixar o conhecimento sendo que ainda foi explorando o raciocínio lógico das crianças, ainda foi realizadas brincadeiras de esconde-esconde, pega-pega, adoletar, elástico, cabra-cega, Estatua e pula corda.
Dança com fitas coloridas
Danças das bolas
Estatua
Dança do Lençol
Considerações finais
Torna possível que os jogos as brincadeiras e os movimentos possam ter papel fundamental na educação possibilitando as crianças uma diversidade de experiências para que possa expressar-se a partir de um repertorio que é próprio do seu corpo já que ele é também social e histórico cultural.
Os jogos as brincadeiras permitem que o grupo se estruture que as crianças estabeleçam relações ricas de troca, aprendam a esperar sua vez, acostume-se a lidar com regras conscientizando-se que podem ganhar ou perder.
Para finalizar vemos à falta de professores de educação física para trabalhar na educação infantil em muitas de nossas escolas, onde existe a escassez de produções teóricas e estudos que contribuam no desenvolvimento das aulas, destituindo todo o potencial de aprendizagem que pode ser desenvolvido na criança através de cultura de movimento.
Assim entendendo que a criança tem como característica principal a intensidade de movimentos, compreendemos como de fundamental importância tratar do campo do conhecimento da educação física desde a primeira infância e elaborar uma concepção didática metodológica com jogos e brincadeiras para ser desenvolvida na educação infantil.
Referências
KISCHIMOTO, Tizuko Machida (org) jogos, brincados, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 2008
BRACHT,W Educação física: A busca da autonomia pedagógica. Revista da educação física.
Ministério da educação e do desporto, secretaria de educação fundamental, referencial curricular nacional para educação infantil, Brasilia: ME/SEF 1998 b,v.2.
VIGOTSKY, Lev Semenovich, a formação social da mente, São Paulo: Martins Fontes, 2000
WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola. São Paulo> Cortez. 1995
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